A geração Z, jovens nascidos entre 1997 e 2012, possuem perfis cada vez mais vazios, e isso tem alguns motivos especiais que precisam estar no radar das marcas e empreendedores.
Segundo a pesquisa que lidera o tema, os jovens não desejam refletir os mesmos comportamentos da geração anterior: os millenials. Os nascidos entre 1981 e 1996 cresceram motivados a alcançar a perfeição, ou seja, evidenciar o máximo o seu status na sociedade. Por isso, o "feed cheio" de certa forma revelava ao público um traço de personalidade. Se antes era preciso conhecer a pessoa no Tinder através de uma ligação ou conversa, atualmente não é necessário ligar ou mandar áudio: basta enviar o @ do perfil para saber se àquela personalidade agrada ou não para dar continuidade a um possível relacionamento.
A Geração Z já possui certa aversão a ter um histórico digital de suas vidas. Eles não desejam ser marcados por uma coisa só, e por isso nos stories a tendência é a fluidez. Enquanto os millenials utilizam a feed como uma vitrine das suas habilidades e relações, os mais jovens consideram a superexposição desnecessária e revelam nos stories: detalhes. Daí, a convergência pela atenção é maior nos stories.
Na Era Digital o que mais predomina na busca pela audiência é ir contra a alternância de atividades. Se uma pessoa assiste uma série no celular e aparece, na tela, uma notificação do WhatsApp com um convite para sair, a depender do nível da relação a pessoa deixará de acompanhar a série, e provavelmente não retornará em seguida. A rapidez na alternância de atividades é um alerta principalmente para os roteiristas.
Se em 5 minutos o filme não impactar provavelmente o usuário mudará de canal ou de conteúdo. Isso não significa que a história tem que correr ou que a linguagem de um reel's precisa integrar a narrativa, mas é importante que o conteúdo seja realmente atraente. Esse ponto leva em consideração a estratégia de criar conteúdos específicos para cada janela, pois a audiência concentrada da TV, por exemplo, não existe mais. A busca pela fidelização do olhar gera a necessidade das marcas e produtos criarem experiências de consumo cada vez mais personalizadas.
A ansiedade gerada pelo uso dos celulares, também é uma preocupação da Geração Z: eles buscam menos pressão. Consideram que não precisam de um conteúdo impressionante pra postar e por isso podem viver de forma mais autêntica, e postar a vida medíocre de qualquer forma, e sem produção, pois em 24h tudo desaparecerá novamente.
O desafio está nas mãos do analista de conteúdo. Como as coisas não são, elas estão: esse traço da contemporaneidade traz dificuldades para satisfazer o cliente/usuário. O que é razoável de compreender diante de uma quebra de paradigmas. O "mundo líquido" de Baumam segue em declício já que não há uma circulação sustentável dos processos, e agora o "mundo gasoso" de Morace inaugura uma nova fase: o consumo de nós mesmos e a pulverização da existência.
Uma reflexão: a Geração Z estaria criando uma fórmula silenciosa de ruptura dos mecanismos de consumo das plataformas digitais?