Continuando. Essa semana
estive pensando sobre o que escrevi na semana passada sobre o “Mito da Caverna”
de Platão. Pensei muito, aliás, sobre várias particularidades da vida e só tive
uma conclusĂŁo: Ă© bom demais estar vivo! Digo isso, pois quando temos em nĂłs, um
potencial criativo e pensante, nĂŁo perdemos de vista as oportunidades que essa
coisa chamada rotina nos dá.
Sendo assim, se conseguirmos
interpretar os sinais que a vida nos oferece, sem dúvida, estaremos mais fiéis
ao sentido de Humanidade. Pois bem, disse no texto passado, que o homem sonhou
tanto com a liberdade que hoje, não sabe o que fazer com ela. Isso é um sério
problema social, mas, sobretudo, de cunho pessoal, pois talvez nĂŁo estejamos
lidando de forma consciente com as nossas realidades. Explico: muitos possuem
uma metodologia de vida um tanto que equivocada, pois vivem de forma ilusĂłria,
ou seja, criam inĂşmeras fantasias para se proteger da fantasmagĂłrica vida real,
e por medo, usam inúmeras máscaras, para infindas ocasiões.
Criam falsas personalidades,
mentem sobre sua condição de vida e aguardam que um cavaleiro montado no cavalo
branco chegue para salvá-los. Se esse cavalo for de Napoleão Bonaparte, melhor
ainda, pois se cria uma atmosfera heroica e surreal. Achei a palavra: as
pessoas desejam uma vida heroica. Mas senhores caiam na real, essa vida nĂŁo
existe. AĂ vocĂŞ deve estar pensando: mas como gostamos tanto dessas histĂłrias
de resgate, de emoção e sensacionalismo. Pois é, meus caros, infelizmente todos
nós padecemos da mesma dor: temos fome de sentido. Por isso a emoção.
NĂŁo há outra saĂda. Ou
buscamos ter uma vida real, almejando a interpretação de nossos pensamentos, ou
estaremos fadados ao fracasso. Precisamos articular vontades e sonhos de forma
a nos autoconhecer. SĂł assim que conseguiremos cultivar dentro de nossa alma,
os melhores sentimentos. Quem possui uma educação para a sensibilidade, pode
ser chamado de um ser humano feliz.
Atrevo-me a dizer que para
termos esse o equilĂbrio, precisamos entrar e sair da caverna quantas vezes for
necessário. Se para a busca do sorriso da alma, for preciso sofrer longas
noites em claro; precisamos encarar a vida como ela Ă©: de poeira para poeira.
A folga
O vento
que passou trouxe uma notĂcia.
A
notĂcia soprou em meus ouvidos
e me
deixou em calafrios.
Desceu
pelo pescoço e foi até a espinha.
Eita!
Logo
depois o telefone tocou.
A porta
bateu e o pássaro saiu da janela.
AlĂ´!
Ninguém
respondeu.
Fui pra
cozinha, lavei os pratos, alguém me chama:
Já vou!
Abro a
porta, ninguém.
Que
saco!
Já
falei que domingo nĂŁo Ă© dia de manter contato.