O mito da caverna - parte 2

maio 20, 2012


Continuando. Essa semana estive pensando sobre o que escrevi na semana passada sobre o “Mito da Caverna” de Platão. Pensei muito, aliás, sobre várias particularidades da vida e só tive uma conclusão: é bom demais estar vivo! Digo isso, pois quando temos em nós, um potencial criativo e pensante, não perdemos de vista as oportunidades que essa coisa chamada rotina nos dá.

Sendo assim, se conseguirmos interpretar os sinais que a vida nos oferece, sem dúvida, estaremos mais fiéis ao sentido de Humanidade. Pois bem, disse no texto passado, que o homem sonhou tanto com a liberdade que hoje, não sabe o que fazer com ela. Isso é um sério problema social, mas, sobretudo, de cunho pessoal, pois talvez não estejamos lidando de forma consciente com as nossas realidades. Explico: muitos possuem uma metodologia de vida um tanto que equivocada, pois vivem de forma ilusória, ou seja, criam inúmeras fantasias para se proteger da fantasmagórica vida real, e por medo, usam inúmeras máscaras, para infindas ocasiões.

Criam falsas personalidades, mentem sobre sua condição de vida e aguardam que um cavaleiro montado no cavalo branco chegue para salvá-los. Se esse cavalo for de Napoleão Bonaparte, melhor ainda, pois se cria uma atmosfera heroica e surreal. Achei a palavra: as pessoas desejam uma vida heroica. Mas senhores caiam na real, essa vida não existe. Aí você deve estar pensando: mas como gostamos tanto dessas histórias de resgate, de emoção e sensacionalismo. Pois é, meus caros, infelizmente todos nós padecemos da mesma dor: temos fome de sentido. Por isso a emoção.

Não há outra saída. Ou buscamos ter uma vida real, almejando a interpretação de nossos pensamentos, ou estaremos fadados ao fracasso. Precisamos articular vontades e sonhos de forma a nos autoconhecer. Só assim que conseguiremos cultivar dentro de nossa alma, os melhores sentimentos. Quem possui uma educação para a sensibilidade, pode ser chamado de um ser humano feliz.

Atrevo-me a dizer que para termos esse o equilíbrio, precisamos entrar e sair da caverna quantas vezes for necessário. Se para a busca do sorriso da alma, for preciso sofrer longas noites em claro; precisamos encarar a vida como ela é: de poeira para poeira.


A folga

O vento que passou trouxe uma notícia.
A notícia soprou em meus ouvidos
e me deixou em calafrios.
Desceu pelo pescoço e foi até a espinha.
Eita!

Logo depois o telefone tocou.
A porta bateu e o pássaro saiu da janela.
Alô!

Ninguém respondeu.
Fui pra cozinha, lavei os pratos, alguém me chama:
Já vou!

Abro a porta, ninguém.
Que saco!
Já falei que domingo não é dia de manter contato. 

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