PARA ENTENDER O
CONCEITO É PRECISO OLHAR PARA TRÁS
“Pocar” é considerado um dos verbetes mais
característicos do capixaba. “Pocar” é o mesmo que estourar, pipocar,
arrebentar! As características indígenas dos índios puris e botocudos que permanecem vivas até hoje no Espírito
Santo, inclusive no termo “capixaba”, estão contidas, também, nas possíveis
origens do nome “Muqui", que significa no tupi guarani, "entre morros". Portanto, POQUI foi a palavra encontrada para definir um projeto que pensa
Muqui como um futuro pólo de audiovisual. É a palavra
para definir um lugar em transformação cultural, entendendo-o como espaço de memória, tradição, intercâmbio e novas linguagens.
MUQUI: A CIDADE DO AUDIOVISUAL
Há alguns anos Muqui tem recebido diversas produções cinematográficas, comumente encabeçadas por moradores
locais. Os mais recentes foram os filmes “Espera” (curta, fic) da Garupa Filmes
e “Minhas horas com camomila” (curta, fic) da Mirabólica.
Os anos 2000 marcaram um
processo de amadurecimento da cidade na compreensão da importância do sítio histórico tombado. Hoje é nítido que é o Sítio Histórico o principal eixo de desenvolvimento sustentável da cidade. Os projetos culturais têm atraindo
turistas interessados em conhecer a cidade com seus casarios
históricos, fazendas coloniais, artesanato e agroindústrias.
Em 2012 surge o Festival de Cinema
e TV de Muqui, o FECIM. O amadurecimento e o envolvimento do festival com a
economia criativa e setores de desenvolvimento em Muqui incentivaram a criação
de um grupo criativo formado por pessoas das mais diversas áreas: literatura,
audiovisual, teatro, artes plásticas, design e produção cultural. Em 2019, o
Festival retoma suas raízes e se conecta com a comunidade, no intuito de
fortalecer os sinais criativos do Maior Sítio Histórico do Estado do Espírito
Santo.
AFINAL, O QUE É O PLANO?
O POQUI significa: Plano Criativo
e Audiovisual de Muqui e foi pensado para ser desenvolvido num processo
dinâmico de experimentação e realização de atividades cujo eixo central é o audiovisual. O
objetivo do plano é suscitar o espírito empreendedor e o olhar criativo. O plano entende que a valorização do Sítio Histórico se fortalece
através da transversalidade da Cultura. Acreditando nesses passos, surge o
projeto: "Oficina de Patrimônio e Memória no maior Sítio Histórico do Espírito
Santo - Oficina audiovisual com jovens de Muqui”. O projeto foi contemplado pelo
EDITAL SECULT Nº 004/2018 e oferecerá um curso de GIF’s e microvídeos para jovens
da rede pública de ensino da cidade. A proposta é que os alunos experimentem o
Sítio Histórico e sintam-se corresponsáveis pela sua preservação. Por isso, as
aulas serão no porão de um casario tombado. A oficina será ministrada por
Mônica Nitz, documentarista e artista multimídia.
O PROJETO
Oficina de Patrimônio e
Memória no maior Sítio Histórico do Espírito Santo - Oficina audiovisual com
jovens de Muqui
Com Mônica Nitz
4, 5, 6 e 7 de junho de 2019,
das 13h às 17h
Local: Porão da Casa da Maria
da Glória
Inscrições gratuitas realizadas nas escolas - Professor, baixe AQUI o formulário de inscrição.
Obs: sugerimos enviar alunos a partir de 16 anos.
Obs: sugerimos enviar alunos a partir de 16 anos.
Vagas: 20
EMENTA
Dia 1
Apresentação e introdução aos conceitos.
Memórias individuais e coletivas experimentadas nas casas históricas de
Muqui.
Discussão sobre a cidade de
Muqui, algumas histórias, estudo de livros, fotografias e outros materiais de
registro sobre o lugar, mapas e percursos.
Apresentação do "Memória das
Cor_ES", suas vivências e apreensões de memórias, e também um breve histórico
sobre o surgimento do GIF, suas linguagens e compartilhamentos.
Conversa e prática sobre
enquadramentos e formatos de captura das imagens, aplicativos e possibilidades
de edição.
Criação de grupo online para facilitar comunicação e troca de outros conteúdos referentes à oficina.
Planejamento sobre a saída do
dia seguinte para registros audiovisuais. Escolha de casas e locais da cidade
de interesse do grupo para ser o personagem principal de sua investigação artística.
Dia 2
Exibição de microvídeos e
GIF's.
Saída 1 - Divisão dos grupos de trabalho.
Reconhecimento da área pelas ruas da cidade e localização
dos casarões escolhidos pelos participantes.
Conversas e pesquisas de campo
feitas com os moradores das casas escolhidas.
Produção dos primeiros registros
de fotografias, vídeos e sons.
Análise dos registros feitos.
Conversa sobre montagem e tecnologias possíveis para edição.
Publicação de GIF's feito pelos
participantes nas redes sociais.
Conversa sobre uso de Hashtag.
Dia 3
Exibição de microvídeos e
GIF's.
Saída 2 – Nova saída para
desbravar pontos diferentes na cidade ou continuar com os registros de
fotografias, vídeos e sons.
Análises de todo material
coletado e pensamento coletivo e individual de edição desses registros de
memória da cor sobre Muqui.
Publicação de GIF's feitos pelos
participantes nas redes sociais.
Dia 4
Exibição de microvídeos e
GIF's.
Análises e edição do material
coletado nos dias anteriores.
Finalização da edição dos GIF's produzidos, análise coletiva do material e preparação para publicação das obras
para exposição on-line nas redes sociais.
A PROFESSORA
Monica Nitz é documentarista e artista multimídia. Desenvolve
a série “Memoria da Cor”, que são micro documentários compostos por registros
de relações de memória com a vivência em locais visitados pela artista. De
linguagem minimalista, se projeta em fotografias, vídeos e sons indiciais na
tentativa de apreender, com olhar afetivo, extratos dessa memória da cor dos
lugares. Projeto iniciado na Residência
Artística Espírito Mundo 2014, que percorreu lugares da Áustria, Itália e
França, e espera ir sempre além. Trabalha em parceria com o documentarista
Ricardo Sá há 7 anos, em documentários etnográficos e históricos como Amargo
Rio Doce (ainda inédito), Divina Luz (2016); Quando a criança nasce (2015);
Para durar como o mundo dura (2013) e Foi assim naquela época (2012). Em 2017,
dirigiu o documentário "Minha avó é uma fotografia", um filme-ensaio autobiográfico,
feito a partir da coleção de fotografias de sua família, que fazem parte das
famílias mais antigas de Muqui (descoberta que fez durante o processo de
pesquisa). Desenvolve também há 12 anos pesquisa em pintura de ação. Trata-se de um trabalho corporal documentado
em cor, realizado através da gravidade, do sopro, das manobras com o suporte ou
do corpo nos espaços e das linhas que reincidem e demarcam territórios. São
pinturas que falam de memória e de imagens latentes que se revelam de forma
impar no olhar de cada expectador.
CARTAZ DO PROJETO