Uma gestão cultural falha em Muqui

maio 05, 2019

Foto: Representantes da Cultura na Eleição do Novo Conselho Municipal de Cultura no dia 29 de abril 

Como já apontado aqui em outro texto, Muqui não possui Conselho Municipal de Cultura desde 2012. E nenhuma gestão até então conseguiu reativá-lo. No início do ano procurei a Secretaria Municipal de Cultura e mobilizamos a sociedade civil para tomar conhecimento da legislação municipal e reativar esse importante instrumento de participação popular. Com ativa presença dos diversos representantes dos setores culturais, elegemos os titulares e suplentes da sociedade civil. Após a eleição, o Secretário deu seguimento à eleição do Presidente do Conselho, mas foi interpelado pela Plenária, que o indagou sobre como  tratava o Regimento Interno diante da atual situação: poderia o corpo de representantes, sem a presença do Poder Público, eleger de plano um Presidente? 

O Secretário Municipal não soube responder e pelo entendimento da Plenária, foi ajustado que para cumprimento da razoabilidade, uma lista dupla da eleição realizada seria enviada ao Prefeito Municipal, para que o mesmo indique os representantes do Poder Público, no que lhe couber. Num momento de reflexão, os presentes criticaram as falhas da Administração Pública Municipal. A assistente social Lúcia Mendonça argumentou que nenhuma gestão apontou a Cultura como prioridade no desenvolvimento econômico de Muqui e ainda alegou que a Secretaria Municipal é ineficiente.

De fato, há uma visão marginalizada de que a Cultura é apenas uma esfera simbólica e não um setor que gera emprego e renda. Não há, por parte da atual gestão, uma atuação mais rígida e compromissada com os agentes culturais. Não existe, por exemplo, um projeto de articulação entre a Secretaria de Educação e Cultura. Na verdade, as ações culturais existentes no Sítio Histórico são propostas dos próprios agentes. E nem há apoio. Talvez porque fique no âmbito do esquecimento, da marginalização e do desapreço.Não há uma discussão sofisticada para encontrar soluções na busca por um projeto inteligente de cidade. O sentimento é sempre de descaso. Daí quando a TV Gazeta aparece ou quando algum evento importante surge, rapidamente a Administração se mobiliza. É um tanto vergonhoso, improvisado e capenga . Outro exemplo é mais recente: pedi ao Secretário um apoio para ir até Vitória, já que na próxima segunda às 09h a Secretaria Estadual de Cultura apresentará um estudo sobre o Audiovisual Capixaba. 

Não seria de interesse da gestão que o audiovisual se desenvolvesse em Muqui? A cidade tem um Festival de Cinema e TV que reúne turistas pela cidade. São pessoas que consomem, lotam os hotéis e pousadas e pagam impostos no município. Até o final desse texto não tive resposta sobre qualquer apoio da Secretaria Municipal de Cultura. O valor da passagem é de R$55,00 em média. Nem um suporte financeiro para que Muqui levasse dois agentes audiovisuais ao evento foi possível. 

Ao que parece, o retorno do Conselho Municipal de Cultura em Muqui será um movimento de lutas constantes. Aos que desejarem ler a ata da reunião, dirijam-se à Secretaria Municipal e procurem pela página nº 56. Tão logo os próximos andamentos sejam feitos, publicaremos aqui. 


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